Diário Perdido: Cacos Invisíveis!

segunda-feira, fevereiro 17, 2014





Foto: We heart it



Um pesadelo. Vi todas as minhas coisas espalhadas pelo chão, bagunçadas e quebradas. Aquilo me machucou tanto... foi como se minha vida se visse através de um espelho.
Não sei se fui culpada por tudo isso, ou se foi você, ou se foi culpa dos dois. Ou se isso seria inevitável. Nunca tinha prestado muita atenção nas minhas atitudes, pois já eram um instinto adquirido por toda uma vida. As cicatrizes não me deixavam esquecer o que fui, o que fiz e o que passei. Lembrava de tudo como se fosse um filme, uma música que fica na mente e que nunca mais se esquece. Você sabe cada tom, cada letra e instrumento. Você sabe exatamente como é a dor.

Meu medo era tanto de sentir tudo aquilo novamente que eu fazia o impossível para fugir da realidade que me perseguia. Não me conformava em passar por todo mal de novo, de quebrar meu coração mais uma vez. Só que eu não lembrava, ou não queria lembrar, que meu coração não podia se quebrar, quando nem ao menos estava inteiro. Tinha vergonha da minha vida, por ser tão vazia... chorava todas as noites pelos mesmos motivos, mas tentava me parecer feliz como se nada tivesse acontecido. Esse foi o meu erro.

Não se recomeça esquecendo-se do passado e sim lembrando dele. Recordar os erros e os sofrimentos leva você a novas atitudes e novas concepções. Perdoe-me se te vi como meu novo começo, minha nova vida, meu novo eu. Isso foi a pior das atitudes! Eu sou meu começo, recomeço, meio e fim, e sempre será assim. Eu sou o meu próprio caminho e as pessoas em minha vida são apenas fotografias que ficam uma vida inteira em sua mente para te lembrar de quem você é e porque você está aqui.

Limpei as lágrimas com as costas das mãos e comecei a recolher as coisas, recolhendo os cacos, mas não para jogar fora e sim para guardar, colar e consertar. Um dia, eu precisaria de tudo aquilo.
 
Por: Stefane Brito


You Might Also Like

0 comentários

Like us on Facebook